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ESG nas telecomunicações: tudo que você precisa saber

O mundo corporativo está em constante evolução, assim como os temas que ocupam o topo da lista de prioridades das empresas. Atualmente, entre as prioridades estão governança e sustentabilidade. Por isso, empresas do setor de telecomunicações buscam incluir ESG em suas estratégias de negócios.

Existem vários motivos para realizar esforços de ESG. A questão envolve desde valores organizacionais até vantagens competitivas. No entanto, antes de dar os primeiros passos, é preciso esclarecer o que significa governança na teoria e na prática.

Neste artigo, você vai se familiarizar com o conceito de ESG. Além disso, vai entender melhor porque esse conceito é importante para as empresas de telecomunicações e como elas podem transformá-lo em práticas concretas.

O que é ESG

ESG é a sigla para Environmental, Social and Corporate Governance. Em português, Governança Corporativa, Social e Ambiental. Para compreender esse conceito, é preciso começar pelo seu aspecto mais básico: a governança.

Governança são as práticas de gestão adotadas para garantir o alinhamento dos interesses de várias partes envolvidas com a empresa. Entre essas práticas, estão a transparência, a prestação de contas e a responsabilidade.

ESG, então, é um conceito abrangente de governança, que engloba três pilares: o corporativo, o social e o ambiental.

No pilar corporativo, o foco é o alinhamento de interesses das pessoas ligadas diretamente ao negócio. Isso inclui os próprios membros da administração, os funcionários, os investidores, os fornecedores e os clientes.

Vamos entender melhor com um exemplo. Suponha que é preciso tomar uma decisão sobre a troca do insumo usado na linha de produção. Essa troca pode ajudar a reduzir custos, mas vai reduzir a qualidade do produto. 

Assim, os membros da administração e os clientes da empresa têm interesses claramente opostos em relação a essa decisão. É preciso levar o conflito em consideração e buscar soluções para alinhar esses interesses.

No pilar social, o foco é o alinhamento de interesses entre as pessoas ligadas ao negócio e as comunidades afetadas pelas suas atividades.

Considere, por exemplo, que uma empresa está decidindo sobre o fechamento de uma planta. Na cidade em que essa planta está instalada, centenas de pessoas dependem da empresa para trabalhar, direta e indiretamente. 

Do ponto de vista dos investidores, fechar a planta pode ser a melhor decisão, pois permite otimizar o negócio e gerar resultados financeiros superiores. No entanto, do ponto de vista da comunidade em torno dessa planta, a melhor decisão é mantê-la aberta. Novamente, há interesses opostos que precisam ser alinhados.

No pilar ambiental, o foco é o alinhamento de interesses entre as pessoas ligadas diretamente ao negócio e, de modo mais amplo, toda a sociedade. Afinal, toda a sociedade sofre com o impacto das atividades da empresa sobre o meio ambiente. 

Imagine o caso de uma empresa que precisa optar entre utilizar energia de fontes fósseis ou investir em fontes de energia renováveis. 

Com a primeira alternativa, a empresa aumenta a emissão de gases do efeito estufa. Isso contraria os interesses da sociedade, pois mesmo quem não tem qualquer contato direto ou indireto com essa empresa suportará as consequências. 

Por outro lado, com a segunda alternativa, a empresa eleva seus custos. Isso contraria os interesses das pessoas ligadas diretamente ao negócio, que estão preocupadas com a lucratividade.

Como é possível observar, nos três pilares – corporativo, social e ambiental – sempre há interesses conflitantes. Encontrar formas de conciliação é desafiador. Por isso, o conceito de governança é frequentemente acompanhado por outro: sustentabilidade.

Sustentabilidade é sinônimo de capacidade de sustentação. Portanto, uma empresa sustentável é aquela em que a gestão tem foco na continuidade. Em outras palavras, cada decisão é tomada com atenção às repercussões de longo prazo, priorizando as alternativas favoráveis para a preservação do meio ambiente, das comunidades e da empresa. 

Vamos usar um dos exemplos anteriores, o caso da governança ambiental. 

Como você viu, investir em energia renovável não atende aos interesses das pessoas ligadas diretamente ao negócio. Em curto prazo, esse investimento de fato pode afetar negativamente a lucratividade. No entanto, em longo prazo, continuar utilizando energia fóssil coloca em risco todos os envolvidos. 

Realizando uma análise objetiva, o interesse de curto prazo em torno do lucro não é mais importante do que o interesse de longo prazo em torno da preservação do meio ambiente. Uma empresa sustentável, então, opta pela a transição para as energias renováveis.

Em resumo, então, ESG são as práticas de gestão voltadas ao alinhamento de interesses, nos pilares corporativo, social e ambiental. Esse alinhamento é realizado partindo do pressuposto da sustentabilidade, de forma a priorizar decisões que favorecem a preservação do meio ambiente, das comunidades e da empresa.

Importância de ESG no setor de telecomunicações

Agora, você já está mais familiarizado com o conceito de ESG. Então, vamos relacionar esse conceito com o caso específico das empresas de telecomunicações. 

Em primeiro lugar, é importante destacar que os esforços de ESG podem trazer benefícios para o negócio. 

As pessoas estão se tornando consumidores conscientes. Isso significa que, na hora de fechar negócios, elas não avaliam somente preço, qualidade do serviço ou experiência no atendimento. 

Consumidores conscientes também levam em consideração a maneira como a organização se relaciona com as pessoas impactadas por suas atividades. Por isso, empresas com forte governança têm uma vantagem competitiva.

Além dos clientes, outras pessoas envolvidas de forma direta com a empresa estão atentas para sua governança. É o caso de investidores, fornecedores, parceiros comerciais e até mesmo dos profissionais que atuam como colaboradores ou gestores. 

Por isso, desenvolver um programa de ESG é um caminho para fortalecer as relações existentes e incentivar a formação de novas relações.

No entanto, a questão não é centrada apenas nos benefícios da governança para o negócio. Pelo contrário, os benefícios se expandem muito além da empresa.

O setor de telecom tem um impacto ambiental forte, especialmente em razão do elevado consumo de energia em suas atividades. Por esse motivo, iniciativas para utilizar fontes de energia limpa e renovável, bem como aumentar a eficiência no consumo, são consideradas muito positivas.   

O setor também tem um papel proeminente em relação às comunidades afetadas por sua atividade. É importante prestar atenção particularmente às comunidades mais vulneráveis. Se elas não têm acesso a serviços de qualidade fornecidos pelas empresas de telecom, podem se tornar ainda mais alienadas e fragilizadas. 

Naturalmente, no âmbito corporativo, as empresas de telecomunicações também podem identificar várias oportunidades para melhorar sua governança. Alguns exemplos são a promoção da diversidade no ambiente de trabalho e a otimização da comunicação com os investidores.

Casos reais de ESG em telecomunicações

As gigantes do setor de telecomunicações estão demonstrando por meio de ações concretas a priorização de ESG. 

A Vivo, por exemplo, criou o programa Recicle com a Vivo, que coleta equipamentos eletrônicos nas lojas e revendas da empresa. Também é a primeira empresa de telecom brasileira a adotar energia 100% renovável. Além disso, por meio da Fundação Telefônica Vivo (FTV), destina recursos a projetos sociais de educação e empreendedorismo. 

Graças aos seus esforços, ela faz parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, do ranking Dow Jones Sustainability Index (DJSI) e do S&P Sustainability Yearbook 2021. 

Outro exemplo do setor é a TIM. Em sua busca por maior sustentabilidade energética, ela atualmente conta com 34 usinas de energia renovável em operação, com o objetivo de chegar a 60 usinas até o final de 2022. 

Além disso, foi a primeira empresa brasileira incluída no ranking Refinitiv D&I Index, que avalia as empresas de acordo com diversidade e inclusão no ambiente de trabalho.

A Oi também está acompanhando essa tendência do setor. A empresa atualmente leva banda larga a 40 mil escolas em áreas urbanas e 4 mil escolas em áreas rurais. Ela também faz parte do projeto Nave, que tem o objetivo de apoiar o acesso de jovens ao estudo e a recursos digitais.

Como aplicar ESG no setor de telecomunicações

Os casos que você viu no tópico anterior são fontes de inspiração para empresas de telecomunicações menores. Eles apresentam exemplos criativos de como é possível tomar medidas em prol da governança nesse setor. 

No entanto, esses são casos de empresas que já estão bastante avançadas em suas agendas ESG e têm objetivos ambiciosos. Para empresas que estão partindo do zero, a melhor abordagem é seguir alguns passos simples, que ajudam a construir a base de um programa de governança de sucesso.

O primeiro passo é criar propostas coerentes com os valores. Se os valores cultivados diariamente na organização não forem condizentes com as propostas de governança, essas propostas nunca vão se concretizar.

Imagine que uma empresa estabelece propostas de governança apoiadas na responsabilidade corporativa. Porém, no dia a dia, a gestão e os colaboradores não agem com responsabilidade em suas relações com outros stakeholders. Nesse caso, essas propostas são apenas palavras no papel, porque não são coerentes com os valores reais da empresa. 

O segundo passo é estabelecer objetivos claros e realistas de governança para cada um dos pilares: corporativo, social e ambiental. Os objetivos podem ser estabelecidos a partir de uma análise dos principais problemas a ser combatidos nesses respectivos âmbitos. 

Para cada objetivo, é importante traçar passos concretos que possam levar à sua realização. Em outras palavras, não basta estabelecer o destino da jornada de ESG, é preciso planejar como a empresa vai chegar a esse destino.

Também é uma boa prática priorizar os objetivos. A empresa tem recursos limitados – não apenas em termos de capital, mas também de pessoas e tempo. Por esse motivo, é interessante determinar como esses recursos serão distribuídos, levando em consideração os objetivos de ESG mais urgentes.  

O terceiro passo é avaliar riscos e benefícios. Assim como em qualquer iniciativa, a criação de um programa de ESG envolve riscos. Para aumentar suas chances de sucesso, é preciso identificar quais são eles e como minimizar ou eliminar cada um. 

Um exemplo comum de risco nos programas de ESG é a ineficácia. Não basta criar um programa para capitalizar na boa reputação que ele gera, sem promover mudanças e melhorias concretas. É necessário ficar atento para não cair nessa armadilha.

Além disso, também é importante identificar os benefícios do programa. Dessa forma, é possível enfatizar esses benefícios para obter maior engajamento dos envolvidos.

O quarto passo é, efetivamente, engajar as pessoas com o programa de ESG. Algumas empresas contam com equipes direcionadas especificamente para governança. Outras trabalham de forma mais difusa, distribuindo tarefas e metas entre várias áreas da organização. 

O mais importante é que as pessoas envolvidas possam dedicar a atenção merecida ao programa. Essa ressalva se aplica principalmente aos membros da alta administração da empresa. 

Como vimos, o conceito de governança está muito ligado à maneira como decisões de gestão são tomadas. Portanto, sem a adesão dos gestores, a ESG não pode avançar.

Finalmente, o quinto passo é acompanhar objetivamente a melhoria da governança na empresa. Esse acompanhamento é realizado por meio de métricas e indicadores.

Vale a pena lembrar que transparência é um elemento fundamental em governança. Por isso, é recomendável que a empresa apresente, com números, qual tem sido o progresso das propostas de ESG. 

Os relatórios de ESG não devem ficar limitados aos gestores e colaboradores. Qualquer pessoa pode ter interesse nas atividades da empresa e deve ter acesso a essas informações. 

Para completar, vale a pena ressaltar que a divulgação dos números ajuda a melhorar a imagem e reputação da empresa no mercado. Isso dá maior credibilidade ao seu discurso sobre governança.

Neste artigo, você compreendeu o conceito de ESG. Esse conceito está ligado ao alinhamento dos vários interesses que cercam uma empresa. Para conciliar esses interesses, a priorização da sustentabilidade é fundamental.

Você também viu porque esse conceito é importante para o setor de telecomunicações, pois beneficia o negócio e também ajuda a promover impactos positivos que vão além da empresa. Por fim, aprendeu como ESG pode ser transformado em práticas concretas, por meio de cinco passos fundamentais. 

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